Segurança Cibernética em Finanças: Protegendo seu patrimônio

Segurança Cibernética em Finanças: Protegendo seu patrimônio

No cenário atual, o setor financeiro brasileiro sofre uma avalanche de ataques digitais sem precedentes. À medida que a economia se torna mais digital, cresce também a responsabilidade de cada instituição e usuário em proteger ativos e dados sensíveis.

A crise atual de segurança digital

Entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025, cada organização financeira no Brasil enfrentou em média 1.752 ataques semanais por organização. Esse dado alarmante coloca o país entre os mais visados globalmente e destaca a urgência de ações coordenadas. A região da América Latina, por sua vez, ainda carece de estratégia nacional de cibersegurança consistente em vários países, o que agrava o risco a investidores e clientes.

O aumento de 34,5% em violações de dados e de 84% em ataques de ransomware em 2023 reforça a necessidade de compreender as técnicas usadas pelos criminosos e de adotar medidas preventivas eficientes.

Principais vulnerabilidades e vetores de ataque

As instituições financeiras lidam com múltiplos pontos fracos que ampliam a superfície de ataque. Conhecer essas vulnerabilidades é o primeiro passo para criar defesas robustas.

  • Aplicações web sem atualizações regulares e sem revisão de código
  • Injeções SQL e cross-site scripting em sistemas legados
  • Credential stuffing e roubo de credenciais de usuários
  • Segmentação insuficiente e infraestrutura crítica bem segmentada de redes internas
  • Autenticação frágil em serviços de terceiros e APIs inseguros

Além das falhas técnicas, fatores estruturais como a adoção de serviços em nuvem sem políticas claras e a dependência de sistemas obsoletos elevam o risco de incidentes graves.

Ameaças Persistentes Avançadas (APTs)

Grupos como o CL0P demonstram como ataques sofisticados podem comprometer bancos e corretoras. Essas ameaças combinam invasões furtivas, movimentação lateral em redes e criptografia maliciosa de dados críticos.

O histórico de invasões no Brasil, Argentina, México e Costa Rica deixa claro que é fundamental investir em inteligência de ameaças e em soluções de detecção comportamental que identifiquem padrões anômalos antes que ocorra o roubo de informações.

Panorama regulatório e conformidade

O Banco Central do Brasil tem publicado uma série de resoluções e normas para reforçar a governança de segurança em instituições financeiras e provedores de serviços de tecnologia da informação (PSTIs). Entender esses requisitos ajuda a evitar multas e a fortalecer a confiança do mercado.

Além disso, a proibição de fintechs não autorizadas usarem termos como “banco” aumenta a clareza e a segurança para o consumidor, evitando fraudes e práticas enganosas.

Boas práticas para proteger seu patrimônio

Implementar controles e processos robustos é essencial para reduzir a exposição a ataques. Seguir recomendações consolidadas pode significar a diferença entre um incidente contido e um colapso operacional.

  • Realizar teste regular de planos de continuidade e simulações de ataques
  • Adotar autenticação multifator e monitoração de acessos em tempo real
  • Implementar criptografia de dados em trânsito e em repouso
  • Manter atualização constante de softwares e revisão de pacotes de segurança
  • Exigir seguro cibernético e auditorias externas anuais conforme BCB nº 498/2025

Também é recomendável criar uma cultura interna de segurança. Programas de conscientização para colaboradores, treinamentos frequentes e campanhas de phishing controlado ajudam a formar uma primeira linha de defesa humana.

O papel da governança e da liderança

Nomear diretores responsáveis e bem capacitados fortalece a governança de cibersegurança. Esses profissionais devem coordenar áreas de compliance, gestão de riscos e resposta a incidentes, alinhando objetivos de negócio e segurança.

Uma estrutura de governança clara contribui para decisões mais rápidas durante crises e para a adoção de padrões internacionais, como ISO/IEC 27001, que comprovam o compromisso da instituição com práticas consolidadas.

Conclusão: um chamado à ação

A realidade dos ataques cibernéticos no setor financeiro é dura, mas não invencível. Com investimentos em tecnologia, processos bem definidos e uma cultura de segurança, é possível proteger ativos e reputação.

Reforce sua defesa com ciência de dados e inteligência artificial, adote as regulações vigentes e crie um planejamento contínuo de mitigação. Assim, você garante não apenas a resiliência operacional, mas também a confiança de clientes e investidores.

Encare a cibersegurança como um pilar estratégico para o futuro do seu negócio e do sistema financeiro brasileiro. O patrimônio de todos depende da nossa capacidade de inovar com segurança.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

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